quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Nº 62



EXPANSIONISMO: UM MANIFESTO CRISTÃO
por Vincent Cheung

O cessacionismo é uma religião contra-cristã. É o anti-evangelho. Ele deve ser condenado com extrema força, sem misericórdia. Contudo, o debate que foi estabelecido entre cessacionismo e continuísmo é um agravante, pois esta combinação desvia a atenção para longe da doutrina bíblica real sobre este tema de dons e poderes espirituais. Até mesmo a necessidade de entreter a discussão mostra que a igreja está tão distante do padrão bíblico que estamos totalmente ausentes do impulso do evangelho, sem a intenção de alcançá-lo.

O continuísmo como tal não é a preocupação da Bíblia. Na verdade, a Bíblia ensina que os dons espirituais continuariam até a volta de Jesus Cristo (1 Coríntios 1:7). Ela também especifica as condições exatas para a cessação desses dons. Indica que após a cessação receberemos os efeitos máximos que os dons poderiam trazer, incluindo o conhecimento, a cura, e assim por diante — não potencialmente, mas efetivamente, em nossa experiência — de modo que não haverá mais espaço para eles funcionarem (1 Coríntios 13:8-12). Este é o único motivo para qualquer dom cessar. A cura não tem sentido quando somos invencíveis e indestrutíveis, e quando não há doença. A profecia não tem propósito quando sabemos plenamente assim como somos plenamente conhecidos. De fato, um modo especial de revelação representaria um retrocesso quando podemos bater nos ombros de Jesus e perguntar-lhe o que queremos saber, face a face (1 Coríntios 13:12). As línguas seriam impossíveis quando compreendêssemos todas as línguas. O fato de que o debate do cessacionismo existe é a prova de que não chegamos a esse estágio, ou então todos saberiam que os dons cessaram. Assim, os dons e os poderes de Deus continuam em nós. No entanto, a Escritura só assume esse continuísmo ou menciona-o de passagem quando discute outras coisas. Ele não recebe propriamente alguma passagem ou ênfase.

Expansionismo é a doutrina explícita da Bíblia sobre o tema dos dons espirituais, dos poderes e dos milagres. Essa é a única perspectiva bíblica. Eu não estou consciente de qualquer reconhecimento oficial desta doutrina, então eu selecionei o termo para ela. O termo é usado às vezes em um sentido político, mas eu o utilizo em um sentido espiritual. Ele é aplicado a todos os aspectos do avanço do evangelho, mas neste contexto vamos nos concentrar nos poderes sobrenaturais e nos milagres que Deus opera em conjunto com seu povo. Esta é a doutrina bíblica de que os poderes sobrenaturais e os milagres devem aumentar entre o povo de Deus além do que Jesus Cristo exerceu. Eles devem se multiplicar exponencialmente em quantidade e frequência, em intensidade e magnitude, na diversidade de representação, e no âmbito da jurisdição. Deve haver um impulso acumulativo, de modo que, em comparação com Jesus e os apóstolos, e em comparação com cada geração anterior, a igreja deve demonstrar mais milagres, maiores milagres, milagres realizados por mais tipos de pessoas e milagres realizados em mais áreas do mundo.

Os profetas

A base bíblica para o expansionismo é tão penetrante na revelação e tão integral ao evangelho que devemos ser seletivos em nossa discussão. Eu poderia começar com Abraão, mas então eu teria que explicar como Deus prometeu abençoar todas as nações através dele (Gênesis 12:3), como esta promessa culminou no Espírito (Gálatas 3:14), e como o Espírito deve implicar em poderes e experiências milagrosas (Atos 2:17-18; Gálatas 3:5), de modo que a doutrina do expansionismo seja estabelecida desde o início. Isso deve ser suficiente para transformar qualquer cristão em um expansionista, mas o argumento de Abraão pode parecer muito intrincado para os obstinados, pois se tivessem uma compreensão suficiente do evangelho em primeiro lugar, não seriam cessacionistas ou meros continuístas.

Moisés nos oferece algo mais imediato. Quando alguns homens receberam o Espírito e profetizaram por um tempo, aparentemente num contexto que Josué desaprovou, este disse a Moisés para detê-los. Mas Moisés lhe disse: “Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre eles!” (Números 11:29). Os religiosos estão preocupados com o fato de que roubaríamos a glória de Jesus? Quando os discípulos instaram com Jesus para impedir alguém que realizava milagres sem sua autorização, o Senhor respondeu: Não o impeçam”, “Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida, pois quem não é contra nós, está a nosso favor (Marcos 9:39-40, também Lucas 9:49-50). Como Moisés, Jesus queria uma expansão do ministério de milagres, não uma restrição. E seu desejo seria cumprido em breve.

Os profetas continuaram a pregar uma doutrina do expansionismo. Eles previram um aumento de poder e um aumento de extensão. É claro que nem sempre estavam focados em milagres, porém enfatizavam o progresso do evangelho. Nós afirmamos que o milagroso é parte integrante do evangelho, de modo que não é uma parte opcional ou temporária dele, mas que é o evangelho — juntamente com qualquer outra coisa que seja o evangelho. Mesmo assim, os profetas declararam a doutrina do expansionismo especificamente sobre o milagroso. Como disse Joel: E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias” (Joel 2:28-29).

O Messias

Jesus foi ainda mais explícito sobre isso. Ele literalmente e fisicamente amaldiçoou uma árvore até a morte, e então anunciou: “Eu lhes asseguro que, se vocês tiverem fé e não duvidarem, poderão fazer não somente o que foi feito à figueira, mas também dizer a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e assim será feito” (Mateus 21:21). Em outras palavras, se você tiver fé, então você poderá realizar um milagre semelhante, e poderá realizar um milagre maior. Mas você ainda está tão incomodado sobre se isso continua! E você afirma que é um cristão. Quantas vezes ele disse algo assim aos seus discípulos? É registrado novamente em Marcos 11:23. Em outro lugar, ele expulsou um espírito maligno, e então disse: “Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível” (Mateus 17:20). Se você tiver fé, um milagre semelhante será possível, como remover um demônio. Se você tiver fé, um milagre maior será possível, como remover uma montanha. Se você tiver fé, nada será impossível pra você.

Jesus realizava um milagre, e então dizia que quem tivesse fé poderia realizar o mesmo milagre, e até um milagre maior — um milagre maior do que aquele que ele tinha feito. Era como se ele quisesse apagar todas as dúvidas e condenar todas as desculpas. Ele enfatizou esta doutrina uma e outra vez, e formulou-a em termos explícitos. Ele se referiu a seus milagres (João 14:11), para então dizer:  “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” (14:12). Isso não deixa espaço para cessacionismo, mas é muito mais do que continuísmo. É o expansionismo.

A Bíblia contém declarações que nos prometem a habilidade de realizar tipos específicos de milagres pela fé. Por exemplo, Tiago 5:15 é uma promessa sobre milagres de cura. Na verdade, é uma ordem para realizar milagres de cura tanto quanto é uma promessa. Entretanto, mesmo antes de aprendermos sobre essas promessas, ou mesmo sem elas, João 14:12 garante a continuação e a expansão dos milagres que Jesus realizou. Mesmo sem Mateus 17:20, Mateus 21:21, Marcos 11:23, e todas as outras passagens como essas; aquele que tem fé possui uma base irrefutável e permanente para realizar os mesmos tipos de milagres, como ordenar para que uma doença deixe alguém, ou ordenar a restauração de um órgão danificado ou ausente. João 14:12 engloba todos os milagres de Cristo, de modo que os milagres da profecia, os milagres da natureza e todos os outros milagres também estariam incluídos e prometidos aos que tivessem fé. Dito isso, temos ainda Mateus 17:20, Mateus 21:21, Marcos 11:23 e muitas outras passagens que ditam a doutrina do expansionismo. É inescapável.

Jesus disse: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:18-20). Esse manifesto expansionista aqui é muitas vezes repetido pelos religiosos fariseus, mas o mandato é sobre ensinar as nações as doutrinas de Cristo, não as tradições dos homens. Portanto, pregar o evangelho tem haver com contar às pessoas sobre os milagres de Jesus, e que se elas tiverem fé poderão realizar milagres semelhantes e milagres ainda maiores. Esta é a doutrina do expansionismo. Isso, por sua vez, significa que aqueles que não ensinam o expansionismo desobedecem à Grande Comissão. Eles não pregam o evangelho, ou pregam um evangelho diferente. Embora nosso foco esteja nos milagres, esta doutrina abraça tudo o que Jesus fez, e não apenas os seus milagres. Os cristãos devem fazer o mesmo, e depois fazer ainda mais. Assim, eles devem pregar o evangelho a todas as nações, além do território que Jesus cobriu. Isso torna a doutrina do expansionismo ainda mais significativa e necessária. Isso torna ainda mais imperdoável ignorá-la, rejeitá-la ou ser seletivo sobre ela.

Os discípulos

Antes de Cristo subir ao trono de Deus, ele declarou que o Espírito Santo viria sobre os discípulos, e eles receberiam o mesmo poder que ele exerceu em seu ministério (Atos 1:8). Você deve ter em mente que ele já havia prometido que alguém poderia realizar os mesmos milagres que ele fez e até milagres maiores pela fé, e os discípulos já haviam feito milagres pela fé, curando os enfermos e expulsando os demônios em seu nome. Jesus não queria que isso meramente continuasse. Ele queria mais, muito mais. E a descida do Espírito ainda acrescentaria outra dimensão de poder espiritual às suas vidas — fé sobre fé, poder sobre poder. Jesus não ficou satisfeito até que seus seguidores tivessem alcançado um nível excessivo e absurdo de dons carismáticos. Ele se recusou a aceitar uma mera continuação de seu ministério, mas exigiu uma expansão, uma escalada. Ele queria que demonstrassem um poder absurdo. Ele lhes disse para não deixar a cidade até que o Espírito chegasse. Quando então eles se expandiriam, e levariam este poder até os confins da terra.

Quando chegamos aos eventos após a ascensão de Cristo, precisamos nos mover rapidamente, pois muitas coisas aconteceram para que nós as consideremos com detalhes. Os discípulos não estavam mais apenas falando sobre isso, mas estavam fazendo isso. A expansão em todos os aspectos estava acontecendo — a quantidade dos milagres, a qualidade dos milagres, a diversidade dos crentes e a imensidão dos territórios. Houve uma explosão de poder sobrenatural, e milagres espalhados por todos os lugares.

No dia de Pentecostes, o Espírito Santo chegou de forma espetacular ao grupo de crentes. Apenas dez por cento deles eram apóstolos (Atos 1:15), mas todos foram diretamente infundidos com o mesmo poder que infundiu Jesus Cristo, para receberem revelações e realizarem milagres  (Lucas 4:14, 24:49; Atos 1:8, 2:4). Desde o primeiro dia, a esmagadora maioria dos que tinham dons proféticos e poderes milagrosos não eram apóstolos. Pedro explicou que era exatamente o que deveria acontecer. Ele se referiu ao profeta Joel: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão” (Atos 2:17-18). A unção do Espírito havia se espalhado para além de alguns reis e profetas, para além de Cristo e seus discípulos, e agora se expandiria em poder e extensão para todos os tipos de pessoas, penetraria todos os níveis da sociedade, invadira todas as áreas do mundo, para todos no futuro.

Enquanto uma pessoa tiver fé em Jesus Cristo, essa pessoa poderá receber o Espírito e, portanto, o poder de receber e realizar o milagroso (Atos 2:38-39). O sonho de Moisés, o oráculo de Joel e a carta régia de Cristo agora estavam sendo cumpridos. Quase todos os que receberam poder para operar milagres não eram apóstolos, embora o Livro de Atos destaque o ministério dos apóstolos. No entanto, a Bíblia nos deixa com certo testemunho suficiente sobre os feitos de fé e poder deste grupo maioritário dos milagres. Há um extenso relato de Estêvão, um homem que foi chamado para “servir às mesas (Atos 6:2). Ele realizou grandes maravilhas e sinais entre o povo” (Atos 6:8). Quando os incrédulos o desafiavam, não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava” (Atos 6:10). Então eles fizeram acusações falsas contra ele e levaram-no a julgamento. Quando os membros do Sinédrio olharam para Estevão, “viram que o seu rosto parecia o rosto de um anjo” (Atos 6:15). Seria isto um apóstolo, ou talvez dois ou três apóstolos combinados? Ou seria o próprio Cristo? Não. Ele era alguém que servia às mesas, cheio de fé e do Espírito Santo.

Ele não era um apóstolo, mas Deus o escolheu para confrontar a elite religiosa. Saulo, que mais tarde se tornaria o apóstolo Paulo, estava também na platéia (Atos 8:1). Podemos dizer que Estêvão não deixou nenhuma impressão sobre este fariseu endurecido? Podemos dizer que este lendário pregador não devia nada em suas viagens e escritos a esse que servia às mesas? É inconcebível que Paulo jamais se lembrasse de Estêvão ou que nunca tentasse honrar a memória desse mártir enquanto perseguia a excelência em seu ministério e sofria severa perseguição. Não há necessidade de especulação. Vamos falar sobre o que sabemos. Sabemos que os apóstolos experimentaram transes e sonhos, e às vezes até visitações. Anjos os visitaram na prisão e os libertaram. O Senhor Jesus lhes apareceu. Impressionante. Mas aqui vemos que Estêvão, esse homem que servia às mesas, que nunca foi um apóstolo, recebeu tais poderes proféticos do Espírito que penetrou os céus dos céus, até o trono de Deus, de modo que, sem um transe ou um sonho, mas bem desperto em seu corpo e em público diante da elite religiosa, ergueu os olhos e viu Jesus de pé à direita de Deus (Atos 7:55-56). Mais do que impressionante. Então, enquanto o apedrejavam até a morte, Estêvão orou por eles (7:59-60). Ele não era um apóstolo, mas um herói de primeira classe da fé.

Estêvão foi morto, e a perseguição começou contra a igreja. A Bíblia diz: Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e de Samaria... Os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem” (Atos 8:1,4). Neste ponto da virada, o evangelho se expandiu para além de Jerusalém através dos cristãos que não eram apóstolos. Eles pregavam o evangelho e realizavam milagres. Por exemplo, Filipe também servia às mesas (Atos 6:5), e ele foi para Samaria quando os discípulos se espalharam. A Bíblia diz: “Quando a multidão ouviu Filipe e viu os sinais miraculosos que ele realizava, deu unânime atenção ao que ele dizia. Os espíritos imundos saíam de muitos, dando gritos, e muitos paralíticos e mancos foram curados. Assim, houve grande alegria naquela cidade” (Atos 8:6-8). Então um anjo disse a Filipe aonde ir, e o Espírito lhe disse com quem se encontrar (Atos 8:26-29). Depois de pregar a um oficial etíope, o Espírito de Deus o levou fisicamente e o transportou para outro lugar (Atos 8:39-40). Não temos registro sobre algum apóstolo que tenha experimentado algo assim. As obras sobrenaturais do Espírito se expandiram através dele até a geração seguinte, pois ele teve quatro filhas que profetizaram - não uma, mas quatro; não filhos, mas filhas; não proselitismo, mas profetismo (Atos 21:9).

Quando Jesus eventualmente deteu Paulo, ele não enviou a elite cristã para iniciá-lo na fé, mas ele enviou Ananias. A Bíblia simplesmente o chama de discípulo (Atos 9:10). Ele era um excelente discípulo, mas mesmo assim não foi chamado de apóstolo ou profeta, ou alguém com um título de liderança religiosa (Atos 22:12). O Senhor falou com ele em uma visão, e revelou a rua e a casa que ele deveria visitar, e o que deveria dizer quando chegasse (Atos 9:11). Ananias se perguntou sobre isso, quando soube do tipo de pessoa ele era enviado para tratar, então o Senhor ofereceu uma explicação (Atos 9:13-14). Como mero discípulo, ele teve uma conversa profética com o Senhor sobre o ministério apostólico mais definidor da história. Pelas mãos deste discípulo, Paulo recebeu a visão novamente e foi enchido com o Espírito Santo (Atos 9:17).

Mais tarde, o apóstolo Paulo escreveria: A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum... que diremos, irmãos? Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação” (1 Coríntios 12:7, 14:26). Aos Coríntios, ele disse: Gostaria que todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que profetizem” (1 Coríntios 14:5). As pessoas estão tão ansiosas para minar as línguas que elas não percebem o que esse texto realmente disse. Para esses cristãos que supostamente usavam de maneira errado o falar em línguas, Paulo ainda insistia: Eu gostaria que todos falassem em línguas. Ele não disse apenasQuero que vocês continuem permitindo. Não, ele disse: Quero que TODOS vocês falem em línguasTendo em mente que ele queria que todos falassem em línguas, ele acrescentou que queria ainda mais que eles profetizassem. Ele queria dizer que eles deveriam preferir a profecia apenas na igreja ou na assembléia pública (1 Coríntios 14:19), e quando não houvesse interpretação (1 Coríntios 14:5). Então ele disse que poderiam permitir até três mensagens em línguas se alguém pudesse interpretar (1 Coríntios 14:27), ou duas ou três pessoas poderiam profetizar, porque todos vocês podem profetizar, cada um por sua vez (14:31). O sobrenatural era esperado, e a participação era encorajada. O apóstolo se recusou a permitir que a expansão das operações milagrosas retrocedesse um passo, mesmo diante do mau uso e da desordem. Ele ditou diretrizes à eles para regular suas reuniões e exortou-os para seguirem em frente e continuarem com os dons. Ele insistiu em aumentar e expandir.

Os apóstatas

O debate entre cessacionismo e continuísmo é como o debate entre ateísmo e teísmo. Não é inteiramente inútil, mas mesmo quando o teísta vence, há apenas um ligeiro progresso. Os cristãos não podem ficar satisfeitos até que o oponente se submeta a toda fé em Jesus Cristo. O cristão deve se sentir deturpado se os outros o considerarem um mero teísta. É assim que me sinto quando sou rotulado de continuísta, mesmo quando não há qualquer intenção maliciosa. Eu suportaria isso apenas para manter a interação simples, mas na realidade é muito mais fraco do que eu acredito, a ponto de eu tomar isso como calúnia. Isso provoca um auto-exame e, depois, uma percepção familiar: Ainda sou muito restritivo na minha exposição do sobrenatural, ou essas pessoas são completos idiotas? Só porque você não acredita na Escritura não significa que eu não posso acreditar. Eu sou um expansionista. A minha doutrina é a uma doutrina do expansionismo do evangelho, em todos os sentidos especificados pelas Escrituras, incluindo o aumento de poderes milagrosos, bênçãos e experiências em quantidade, em magnitude, em diversidade de crentes, até os confins da terra. Este é o evangelho de Jesus Cristo. Você pode continuar lutando contra ele e se condenar ao inferno, mas eu não vou me entregar a isso.

Os cristãos recuaram da doutrina do evangelho. O cessacionismo é heresia. É demonismo e paganismo; e uma declaração de guerra contra o evangelho. O continuísmo como tal ainda não é uma doutrina bíblica. Está flácido. Falta-lhe a ambição espiritual que é inerente à fé de Jesus Cristo. Ele negligencia a promessa e a ordenança do evangelho. O expansionismo é a única doutrina bíblica, e é a única visão aceitável. Esta revelação elementar é de alguma forma uma religião revolucionária até mesmo para os cristãos. Você não precisa da ordenação de homens para pregar o evangelho. Você não precisa de treinamento no seminário para curar os doentes. Você não precisa ser homem, ou jovem, ou popular para receber visões e sonhos. Você não precisa ser rico ou educado para profetizar. Ensinar é bom — quanto mais melhor — não pelas tradições dos homens, mas pela palavra de Deus. Ele pode usar homens fiéis para construí-lo em conhecimento e caráter, mas não siga qualquer um, porque nem todos têm fé. Do que adianta receber apenas treinamento e aprovação de homens, se eles te tornam duas vezes mais filho do inferno como eles são? Tenha fé em Deus. Acredite no evangelho. Então você receberá seu Espírito, e você fará estas coisas. O próprio Jesus realizará os mesmos milagres e milagres ainda maiores por meio de você (João 14:13-14), porque se você tiver fé, ele será seu parceiro no ministério evangélico (2 Coríntios 6:1).

O expansionismo deve ser declarado em credos cristãos e prescrito como um teste de ortodoxia. Certos aspectos da fé cristã podem ser tão evangélicos como esta doutrina, mas nenhum será mais. Quanto ao debate entre cessacionismo e continuísmo, ele persistirá enquanto existirem aqueles que resistem ao evangelho e que amam suas próprias teorias e desculpas. Assim como nos empenhamos com os incrédulos pelo evangelho, embora não permitamos que eles nos impeçam de avançar na fé, condenamos os cessacionistas pelo evangelho mas não permitiremos que eles nos impeçam de avançar de fé em fé, de glória em glória. Em certo ponto, Jesus disse aos discípulos: Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora” (João 16:12). Ainda que algumas pessoas deveriam ser mestres agora, elas ainda não podem suportar o que temos a dizer (Hebreus 5:11-12). Mesmo as doutrinas elementares do evangelho são demais para elas. Não há razão para acomodá-las ou permanecer com elas em uma luta prolongada, quando percebemos que há muito mais para nós alcançarmos. Não devemos legitimar uma perversão do evangelho, aceitando a maneira como este tema foi enquadrado. Nós não fazemos nenhum progresso ganhando o debate onde o poder do evangelho simplesmente continua. Nós devemos nos sentir como tolos em cada minuto que somos encalhados nesse nível em nossa discussão. Até mesmo o continuísmo como tal é apenas um compromisso para que nos movamos para além dele, para lutar pelo aumento e pela expansão.


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Extraído de:
http://www.vincentcheung.com/2017/02/13/expansionism-a-gospel-manifesto/

Traduzido por: Dione Cândido Jr.

2 comentários:

  1. Dione, e mandei um E-mail para o Cheung perguntando se o Expansionismo poderia se relacionar com o Reconstrucionismo teonomista. Eis a resposta dele:

    "With this topic, the answer is not a simple "yes" or "no." If I give a short answer, it will lead to misunderstanding, and I cannot take the time to offer a nuanced reply right now. But if there is interest, I can add it to the list of things that I might address in the future. 

    The article on expansionism is only interested in addressing the cessationism vs. continuationist debate, and my position is that both are wrong. Cessationism is an outright rejection of the gospel. Continuationism, just by allowing the anti-gospel group to define the terms of the doctrine, becomes a compromise of the gospel, and also neglects Christ's teaching on expansion, not continuation. The gospel doctrine is that more and more people should exercise miraculous power in the name of Christ, and this power should increase from generation to generation. Cessationism is against this. Continuationism is completely inadequate to represent this. Continuationism is so very lame compared to what the gospel actually teaches. 

    If you wish to relate this to Reconstructionism, then my first comment would be that every Theonomist and Reconstructionist (TR) who is a cessationist is also a liar and a hypocrite. If you want to apply God's law to mankind and reconstruct society according to God's word, then you must do it with the gospel, and the gospel is as I just stated above -- expanding the participation and magnitude of the saving message and miracle power in the name of Christ. The cessationist TR -- just like any cessationist -- is not interested in extending Christ's kingdom, but his own personal philosophy about the proper operation of society. He seeks to mold society in his own image -- perhaps a conservative political philosophy labeled "Christian" -- but not anything remotely like the image of Christ. A program that seeks to change society by Jesus Christ would preach the gospel, heal the sick, cast out demons, prophesy in words, visions, and dreams before it even thinks about controlling politics, education, and so on. If there is to be ANY legitimacy to TR, it must be an aspect of expansionism by SPIRITUAL and MIRACULOUS power. 

    But most TR people are cessationists. So I don't think they should even be talking about the topic."

    Se ele te autorizar, acho que seria interessante você postar aqui no Dádiva & Louvor .



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    1. Olá Lucas Silveira. Grato pelo seu comentário, meu irmão. Sobre a resposta que você recebeu dele, não sei se já o sabe, mas talvez deve ter notado que ele a publicou no livro 'Fulcrum' (2017, p.66). Traduzi tal texto para o blog, inclusive. Caso deseje conferir a tradução, veja em: dadivaelouvor.blogspot.com.br/2017/05/cessacionismo-as-cisternas-rotas.html

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