por Edu Marques
O intuito deste texto não é, de forma alguma, querer refutar autores ou artigos cessacionistas. Porque, até então, conheço as minhas próprias limitações teológicas e sei o quanto muitos deles são tementes e piedosos à Deus. Minha intenção é, apenas, expôr a forma que creio. E isto, em defesa de ter sido acusado falsamente por um grupo de pessoas nas redes sociais, que se julgam ser os detentores da Fé Reformada. Fui tratado como um neo-pentecostal, que deveria conversar com o “capeta”; como um “cara-de-pau” e mentiroso, que estaria trazendo heresias para dentro da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). Tal coisa se trata de uma mentira descarada de Satanás, de uma quebra explícita do Nono Mandamento. O que esperar de pessoas que se dizem “cristãs” e tratam os outros assim? O que eu fiz não foi debater com elas nas redes sociais (não me rebaixei a isso), mas sim as perdoar em Nome de Cristo, fazendo valer um mandamento dele contido nas Escrituras:
Se eu tenho as Escrituras como a infalível e suficiente Palavra de Deus, reconheço a existência de vários textos que, tanto explícita quanto implicitamente, me ensinam a buscar estes dons para edificação da Igreja de Cristo.
Veja o que Paulo diz a respeito dos dons espirituais: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1Co 12.1). Os termos que a Bíblia usa para os dons espirituais descrevem a sua natureza. “Dons espirituais”: do grego pneumatikon, derivado de pneuma, isto é, “espírito”. Esta expressão, se refere às manifestações sobrenaturais concedidas como dons da parte do Espírito Santo, que operam através dos crentes para o bem comum. Paulo assevera que, estes dons nos fortalecem espiritualmente:
E Pedro também diz: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4:10).
Ora, se estes são mandamentos escritos e inspirados pelo Espírito Santo, é papel da igreja, e nosso também, crer e obedecer a estes mandamentos. A própria Confissão de Fé de Westminster me ensina a deduzir claramente proposições das Escrituras: “Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela” (I, VI). E sobre os dons espirituais, estes são estabelecidos em proposições claras. Se nem ao menos conseguimos deduzir isto, precisamos rever nossas habilidades em dedução hermenêutica nisto.
Assim, concluo que a Igreja que tem a falta destes dons é uma igreja empobrecida e morta. O que pior pode acontecer com muitas das nossas igrejas nos dias de hoje não é a falta de confessionalidade, mas sim a falta de espiritualidade, da busca pelos dons do Espírito. Subscrever uma confissão de fé, não te faz uma pessoa cheia do Espírito. Um filho do diabo pode muito bem se dizer confessional e até citar textos bíblicos. Como um cessacionista saberá que tal é o caso, se ele não acredita no dom de discernimento dos espíritos e diz que ele cessou? Nas Confissões é dito que elas servem apenas de auxílio para a igreja, e que muitos credos e confissões podem errar, e têm errado (cf. CFW. XXXI.III); elas não são a nossa regra de fé e prática, e sim a Bíblia.
Tudo tem que passar pela “régua” das Escrituras. Toda experiência pessoal precisa estar de acordo com as Escrituras. Tais Confissões nos ensinam acerca do testemunho interno do Espírito Santo em nossos corações, e mais uma vez cito a CFW:
“E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder” (1 Coríntios 2:4).
“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1 Coríntios 2:11,12).
Então, termino este breve artigo apenas dizendo que, se nós afirmamos ser cristãos e cremos nas Escrituras como sendo a Palavra de Deus, segue-se que é nosso dever crer e obedecer aos mandamentos contidos nela. Faça valer o Sola Scriptura, e não somente o que te interessa. Deus é infinitamente poderoso para, ainda hoje, derramar sobre nós o seu Espírito e conceder seus dons espirituais aos santos da mesma maneira como fez no passado. O cessacionismo é totalmente incoerente com as Escrituras e com Deus. E mesmo se o cessacionismo estivesse correto, para fins de argumentação, eu ainda poderia, pela fé, anular toda cessação que a doutrina alega defender. A base da doutrina cessacionista é irrelevante, constituída de falácias de arbitrariedade e suposições indutivas. Ou seja, é uma doutrina extra-bíblica.
Cito mais uma vez a CFW: “A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente” (I, IX).
Se realmente todos nós buscássemos cumprir isto com sinceridade e singeleza no coração, nunca chegaríamos ao cessacionismo.
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hebreus 13:8).
Que Deus nos conceda sabedoria para fazer valer estas coisas em nossas vidas.
Soli Deo Gloria.
O intuito deste texto não é, de forma alguma, querer refutar autores ou artigos cessacionistas. Porque, até então, conheço as minhas próprias limitações teológicas e sei o quanto muitos deles são tementes e piedosos à Deus. Minha intenção é, apenas, expôr a forma que creio. E isto, em defesa de ter sido acusado falsamente por um grupo de pessoas nas redes sociais, que se julgam ser os detentores da Fé Reformada. Fui tratado como um neo-pentecostal, que deveria conversar com o “capeta”; como um “cara-de-pau” e mentiroso, que estaria trazendo heresias para dentro da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). Tal coisa se trata de uma mentira descarada de Satanás, de uma quebra explícita do Nono Mandamento. O que esperar de pessoas que se dizem “cristãs” e tratam os outros assim? O que eu fiz não foi debater com elas nas redes sociais (não me rebaixei a isso), mas sim as perdoar em Nome de Cristo, fazendo valer um mandamento dele contido nas Escrituras:
“Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra [...] Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” — Mateus 5:39,44Quero deixar bem claro que eu sustento as Doutrinas da Graça conhecidas como Calvinismo, e as Escrituras como regra de fé e prática em tudo na minha vida — é dela que sou tomado por convicção de que os dons do Espírito Santo não cessaram de forma alguma. Sou membro da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), e estou debaixo da sua Constituição e Símbolos de Fé; amo a minha igreja, sou muito grato a ela, e trabalho como Missionário na cidade de Estreito-MA. Onde tenho aprendido a depender de Deus e do seu Evangelho, e visto as bênçãos e as promessas de Deus escritas em sua palavra, na minha vida e na minha família.
Se eu tenho as Escrituras como a infalível e suficiente Palavra de Deus, reconheço a existência de vários textos que, tanto explícita quanto implicitamente, me ensinam a buscar estes dons para edificação da Igreja de Cristo.
Veja o que Paulo diz a respeito dos dons espirituais: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1Co 12.1). Os termos que a Bíblia usa para os dons espirituais descrevem a sua natureza. “Dons espirituais”: do grego pneumatikon, derivado de pneuma, isto é, “espírito”. Esta expressão, se refere às manifestações sobrenaturais concedidas como dons da parte do Espírito Santo, que operam através dos crentes para o bem comum. Paulo assevera que, estes dons nos fortalecem espiritualmente:
“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé” (Romanos 12:6).
“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil” (1 Coríntios 12:7).
“Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação. O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja [...] Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são ‘mandamentos do Senhor’” (1 Coríntios 14:3,4,37).
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Efésios 4:11).
E Pedro também diz: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4:10).
Ora, se estes são mandamentos escritos e inspirados pelo Espírito Santo, é papel da igreja, e nosso também, crer e obedecer a estes mandamentos. A própria Confissão de Fé de Westminster me ensina a deduzir claramente proposições das Escrituras: “Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela” (I, VI). E sobre os dons espirituais, estes são estabelecidos em proposições claras. Se nem ao menos conseguimos deduzir isto, precisamos rever nossas habilidades em dedução hermenêutica nisto.
Assim, concluo que a Igreja que tem a falta destes dons é uma igreja empobrecida e morta. O que pior pode acontecer com muitas das nossas igrejas nos dias de hoje não é a falta de confessionalidade, mas sim a falta de espiritualidade, da busca pelos dons do Espírito. Subscrever uma confissão de fé, não te faz uma pessoa cheia do Espírito. Um filho do diabo pode muito bem se dizer confessional e até citar textos bíblicos. Como um cessacionista saberá que tal é o caso, se ele não acredita no dom de discernimento dos espíritos e diz que ele cessou? Nas Confissões é dito que elas servem apenas de auxílio para a igreja, e que muitos credos e confissões podem errar, e têm errado (cf. CFW. XXXI.III); elas não são a nossa regra de fé e prática, e sim a Bíblia.
Tudo tem que passar pela “régua” das Escrituras. Toda experiência pessoal precisa estar de acordo com as Escrituras. Tais Confissões nos ensinam acerca do testemunho interno do Espírito Santo em nossos corações, e mais uma vez cito a CFW:
“Esta certeza não é uma mera persuasão conjectural e provável, fundada numa falsa esperança, mas uma infalível segurança da fé, fundada na divina verdade das promessas de salvação, na evidência interna daquelas graças a que são feitas essas promessas, no testemunho do Espírito de adoção que testifica com os nossos espíritos sermos nós filhos de Deus, no testemunho desse Espírito que é o penhor de nossa herança e por quem somos selados para o dia da redenção” (XIII, II).
“E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder” (1 Coríntios 2:4).
“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1 Coríntios 2:11,12).
Então, termino este breve artigo apenas dizendo que, se nós afirmamos ser cristãos e cremos nas Escrituras como sendo a Palavra de Deus, segue-se que é nosso dever crer e obedecer aos mandamentos contidos nela. Faça valer o Sola Scriptura, e não somente o que te interessa. Deus é infinitamente poderoso para, ainda hoje, derramar sobre nós o seu Espírito e conceder seus dons espirituais aos santos da mesma maneira como fez no passado. O cessacionismo é totalmente incoerente com as Escrituras e com Deus. E mesmo se o cessacionismo estivesse correto, para fins de argumentação, eu ainda poderia, pela fé, anular toda cessação que a doutrina alega defender. A base da doutrina cessacionista é irrelevante, constituída de falácias de arbitrariedade e suposições indutivas. Ou seja, é uma doutrina extra-bíblica.
Cito mais uma vez a CFW: “A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente” (I, IX).
Se realmente todos nós buscássemos cumprir isto com sinceridade e singeleza no coração, nunca chegaríamos ao cessacionismo.
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hebreus 13:8).
Que Deus nos conceda sabedoria para fazer valer estas coisas em nossas vidas.
Soli Deo Gloria.
Obrigado Dione por compartilhar em seu blog
ResponderExcluirPodes por favor me passar alguns comentários bíblicos do Vincent Cheung!
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