por William Menzies
O ensino mais importante do Novo Testamento sobre o uso devido dos dons do Espírito se encontra em 1Coríntios 12-14. É significativo que o ambiente onde os dons são descritos é a igreja reunida para a adoração. De certo há ocasiões em que os dons do Espírito operam fora do ambiente da adoração, mas é precisamente dentro da comunidade adoradora que esperamos ocorrer com certa regularidade as manifestações do Espírito.
O vocabulário que Paulo usa para expressar o modo que o Espírito Santo se move entre o povo de Deus é instrutivo. A expressão “diferentes tipos de dons” (1Co. 12:4) chama atenção sobre o dom não como algo depositado, mas que está na fonte desse derramamento de graça. Em toda essa passagem, o vocábulo grego doron, empregado para designar a concessão de algo a um indivíduo no sentido em que isso passe a ser uma posse do receptor, é notadamente ausente. Paulo emprega termos como “manifestação” (v.7) para designar o modo que o Espírito opera. E é o Espírito soberano que escolhe quando e como os dons vão funcionar e, na verdade, por intermédio de quem a bênção pode fluir para o corpo reunido.
O que vimos, portanto, é que a atenção concentra-se na esfera coletiva em que o Espírito funciona em vez de indivíduos que “possuem” um ou mais dons. Na realidade, os dons são posse do corpo de crentes mais do que de indivíduos do grupo. O Espírito está no controle! E o corpo adorador é a arena onde o Espírito fala e se move entre o povo de Deus.
É importante enfatizar isso para evitar a elitização espiritual perigosa. Se alguém entrou pela fé na manifestação de um dom do Espírito, em outra ocasião esse indivíduo pode ter mais facilidade de exercitar esse dom, pois já experimentou esse ministério anteriormente. Finalmente, alguém pode aprender a cultivar abertura para um “empurrãozinho” do Espírito Santo e desse modo obter com o tempo graça na manifestação desse dom particular. Em vez de dizer que um indivíduo possui este ou aquele dom, não é mais bíblico dizer que ele cultivou um ministério neste ou naquele dom? Na verdade, um indivíduo é possuído pelo Espírito para ministrar, em vez dele possuir o dom do Espírito.
Esse conceito se adapta bem com a intenção de Paulo em elevar a adoração acima do ritual e da rotina religiosa. A ênfase na variedade abre a porta para outros entrarem nos ministérios do Espírito, em vez de um grupo de crentes depender de um ou dois participantes conhecidos por exibir frequentemente determinada manifestação do Espírito. A ênfase deve ser na espontaneidade e na pureza da manifestação. Pode acontecer que Deus resolva usar-me nesse serviço hoje para abençoar o grupo?
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MENZIES, William W. No poder do Espírito. Fundamentos da experiência pentecostal: um chamado ao diálogo. São Paulo: Editora Vida, 2002, p.231-232.
O vocabulário que Paulo usa para expressar o modo que o Espírito Santo se move entre o povo de Deus é instrutivo. A expressão “diferentes tipos de dons” (1Co. 12:4) chama atenção sobre o dom não como algo depositado, mas que está na fonte desse derramamento de graça. Em toda essa passagem, o vocábulo grego doron, empregado para designar a concessão de algo a um indivíduo no sentido em que isso passe a ser uma posse do receptor, é notadamente ausente. Paulo emprega termos como “manifestação” (v.7) para designar o modo que o Espírito opera. E é o Espírito soberano que escolhe quando e como os dons vão funcionar e, na verdade, por intermédio de quem a bênção pode fluir para o corpo reunido.
O que vimos, portanto, é que a atenção concentra-se na esfera coletiva em que o Espírito funciona em vez de indivíduos que “possuem” um ou mais dons. Na realidade, os dons são posse do corpo de crentes mais do que de indivíduos do grupo. O Espírito está no controle! E o corpo adorador é a arena onde o Espírito fala e se move entre o povo de Deus.
É importante enfatizar isso para evitar a elitização espiritual perigosa. Se alguém entrou pela fé na manifestação de um dom do Espírito, em outra ocasião esse indivíduo pode ter mais facilidade de exercitar esse dom, pois já experimentou esse ministério anteriormente. Finalmente, alguém pode aprender a cultivar abertura para um “empurrãozinho” do Espírito Santo e desse modo obter com o tempo graça na manifestação desse dom particular. Em vez de dizer que um indivíduo possui este ou aquele dom, não é mais bíblico dizer que ele cultivou um ministério neste ou naquele dom? Na verdade, um indivíduo é possuído pelo Espírito para ministrar, em vez dele possuir o dom do Espírito.
Esse conceito se adapta bem com a intenção de Paulo em elevar a adoração acima do ritual e da rotina religiosa. A ênfase na variedade abre a porta para outros entrarem nos ministérios do Espírito, em vez de um grupo de crentes depender de um ou dois participantes conhecidos por exibir frequentemente determinada manifestação do Espírito. A ênfase deve ser na espontaneidade e na pureza da manifestação. Pode acontecer que Deus resolva usar-me nesse serviço hoje para abençoar o grupo?
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MENZIES, William W. No poder do Espírito. Fundamentos da experiência pentecostal: um chamado ao diálogo. São Paulo: Editora Vida, 2002, p.231-232.
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