segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Nº 47



A COMPAIXÃO DO SENHOR EM CURAR
por F. F. Bosworth

Muitas pessoas em nossos dias foram ensinadas que Jesus operou milagres de cura apenas para mostrar seu poder e provar sua divindade. Isso pode estar correto, mas está longe de ser toda a verdade. Ele não teria de curar todos para mostrar seu poder; alguns casos extraordinários seriam suficientes. No entanto, a Bíblia mostra que ele curou por causa da compaixão que sentia pelas pessoas e para cumprir as profecias. Outros ensinam que Jesus curava os enfermos apenas para ficar conhecido. Todavia, em Mateus 12:15,16, lemos: “Jesus, sabendo disso, retirou-se dali, e acompanhou-o uma grande multidão de gente, e ele curou a todos. E recomendava-lhes rigorosamente que o não descobrissem.

Ao terem de admitir que Jesus curou todas as pessoas que foram até ele, alguns afirmam que a profecia de Isaías, referente ao fato de o Messias ter levado sobre si as nossas enfermidades (53:4), envolveu somente o seu ministério terreno; que aquela manifestação universal de compaixão divina foi especial e não uma manifestação da vontade imutável de Deus. A Bíblia, porém, ensina claramente que Cristo começou a fazer e a ensinar não somente aquilo que deveria ter uma continuação, como também uma ampliação, depois da sua ascensão.

Depois de ter curado todos os que iam até ele, durante três anos, o Mestre disse: “Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá” (Jo. 16:7). Se ele modificasse seu ministério para com os aflitos, como tal afirmação poderia ser verdadeira, ou seja, que sua partida era necessária?

Antecipando o ceticismo que se criaria em torno dessa excelente promessa, a da cura, ele reiterou seu compromisso de, depois de sua ascensão, continuar operando maravilhas, em resposta às nossas orações: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maires do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo. 14:12,13). Em outras palavras, devemos fazer essas obras, pedindo a Jesus que as faça. Ele não disse “obras menores”, mas “as obras que eu faço” e “maiores do que estas” (v.12). 

Essa promessa vinda dos lábios de Jesus é uma resposta para todos aqueles que se opõem à cura divina, bem como às publicações desse gênero. Cristo, ao ser tentado pelo diabo, resistiu-lhe, afirmando: “Está escrito” (Mt. 4:4,7,10). Como Jennings Bryan disse muito bem: “Uma vez que Cristo e o diabo disseram 'Está escrito', por que os pregadores não podem fazer o mesmo?[...]

Não devemos entristecer o coração de Jesus

Entristecemos o coração de Jesus quando duvidamos de seu amor ou menosprezamos sua compaixão. Por isso, ele chorou por Jerusalém. Em nossos dias, muitos ministros dizem que não precisamos de milagres, pensando que estes são apenas sinais que provam a divindade do Senhor. Eu lhes perguntaria, então: “Se vocês tivessem um câncer correndo em seu cérebro, vocês precisariam de um milagre, não é mesmo?

Muitas pessoas estão tão às escuras quanto a este assunto que nem lhes ocorre que os enfermos são dignos de misericórdia. Nunca pensam no dom de cura e operação de milagres como manifestações da compaixão de Cristo e que, durante três anos, hora após hora, dia após dia, ele curou todos os aflitos por causa da sua compaixão. Será que, hoje, as necessidades dos aflitos são as mesmas que as das pessoas da época de Jesus? Será que também precisam de compaixão?

Quando pensamos na enorme multidão de desesperados e aflitos, para quem até a morte seria um alívio, para  quem os médicos, depois de tentarem tudo, tiveram de dizer: “Não podemos fazer mais nada por você”, vemos o quanto é bom sabermos que a compaixão de Cristo continua em operação, exatamente como ocorreu durante o seu ministério terreno. Esse é um fato em relação ao qual podemos realmente descansar.


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Extraído de:
BOSWORTH, F. F. Cristo, aquele que cura. Rio de Janeiro: Graça Editorial, 2002, p.71-72, 104-105.

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