quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Nº 62



EXPANSIONISMO: UM MANIFESTO CRISTÃO
por Vincent Cheung

O cessacionismo é uma religião contra-cristã. É o anti-evangelho. Ele deve ser condenado com extrema força, sem misericórdia. Contudo, o debate que foi estabelecido entre cessacionismo e continuísmo é um agravante, pois esta combinação desvia a atenção para longe da doutrina bíblica real sobre este tema de dons e poderes espirituais. Até mesmo a necessidade de entreter a discussão mostra que a igreja está tão distante do padrão bíblico que estamos totalmente ausentes do impulso do evangelho, sem a intenção de alcançá-lo.

O continuísmo como tal não é a preocupação da Bíblia. Na verdade, a Bíblia ensina que os dons espirituais continuariam até a volta de Jesus Cristo (1 Coríntios 1:7). Ela também especifica as condições exatas para a cessação desses dons. Indica que após a cessação receberemos os efeitos máximos que os dons poderiam trazer, incluindo o conhecimento, a cura, e assim por diante — não potencialmente, mas efetivamente, em nossa experiência — de modo que não haverá mais espaço para eles funcionarem (1 Coríntios 13:8-12). Este é o único motivo para qualquer dom cessar. A cura não tem sentido quando somos invencíveis e indestrutíveis, e quando não há doença. A profecia não tem propósito quando sabemos plenamente assim como somos plenamente conhecidos. De fato, um modo especial de revelação representaria um retrocesso quando podemos bater nos ombros de Jesus e perguntar-lhe o que queremos saber, face a face (1 Coríntios 13:12). As línguas seriam impossíveis quando compreendêssemos todas as línguas. O fato de que o debate do cessacionismo existe é a prova de que não chegamos a esse estágio, ou então todos saberiam que os dons cessaram. Assim, os dons e os poderes de Deus continuam em nós. No entanto, a Escritura só assume esse continuísmo ou menciona-o de passagem quando discute outras coisas. Ele não recebe propriamente alguma passagem ou ênfase.

Expansionismo é a doutrina explícita da Bíblia sobre o tema dos dons espirituais, dos poderes e dos milagres. Essa é a única perspectiva bíblica. Eu não estou consciente de qualquer reconhecimento oficial desta doutrina, então eu selecionei o termo para ela. O termo é usado às vezes em um sentido político, mas eu o utilizo em um sentido espiritual. Ele é aplicado a todos os aspectos do avanço do evangelho, mas neste contexto vamos nos concentrar nos poderes sobrenaturais e nos milagres que Deus opera em conjunto com seu povo. Esta é a doutrina bíblica de que os poderes sobrenaturais e os milagres devem aumentar entre o povo de Deus além do que Jesus Cristo exerceu. Eles devem se multiplicar exponencialmente em quantidade e frequência, em intensidade e magnitude, na diversidade de representação, e no âmbito da jurisdição. Deve haver um impulso acumulativo, de modo que, em comparação com Jesus e os apóstolos, e em comparação com cada geração anterior, a igreja deve demonstrar mais milagres, maiores milagres, milagres realizados por mais tipos de pessoas e milagres realizados em mais áreas do mundo.

Os profetas

A base bíblica para o expansionismo é tão penetrante na revelação e tão integral ao evangelho que devemos ser seletivos em nossa discussão. Eu poderia começar com Abraão, mas então eu teria que explicar como Deus prometeu abençoar todas as nações através dele (Gênesis 12:3), como esta promessa culminou no Espírito (Gálatas 3:14), e como o Espírito deve implicar em poderes e experiências milagrosas (Atos 2:17-18; Gálatas 3:5), de modo que a doutrina do expansionismo seja estabelecida desde o início. Isso deve ser suficiente para transformar qualquer cristão em um expansionista, mas o argumento de Abraão pode parecer muito intrincado para os obstinados, pois se tivessem uma compreensão suficiente do evangelho em primeiro lugar, não seriam cessacionistas ou meros continuístas.

Moisés nos oferece algo mais imediato. Quando alguns homens receberam o Espírito e profetizaram por um tempo, aparentemente num contexto que Josué desaprovou, este disse a Moisés para detê-los. Mas Moisés lhe disse: “Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre eles!” (Números 11:29). Os religiosos estão preocupados com o fato de que roubaríamos a glória de Jesus? Quando os discípulos instaram com Jesus para impedir alguém que realizava milagres sem sua autorização, o Senhor respondeu: Não o impeçam”, “Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida, pois quem não é contra nós, está a nosso favor (Marcos 9:39-40, também Lucas 9:49-50). Como Moisés, Jesus queria uma expansão do ministério de milagres, não uma restrição. E seu desejo seria cumprido em breve.

Os profetas continuaram a pregar uma doutrina do expansionismo. Eles previram um aumento de poder e um aumento de extensão. É claro que nem sempre estavam focados em milagres, porém enfatizavam o progresso do evangelho. Nós afirmamos que o milagroso é parte integrante do evangelho, de modo que não é uma parte opcional ou temporária dele, mas que é o evangelho — juntamente com qualquer outra coisa que seja o evangelho. Mesmo assim, os profetas declararam a doutrina do expansionismo especificamente sobre o milagroso. Como disse Joel: E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias” (Joel 2:28-29).

O Messias

Jesus foi ainda mais explícito sobre isso. Ele literalmente e fisicamente amaldiçoou uma árvore até a morte, e então anunciou: “Eu lhes asseguro que, se vocês tiverem fé e não duvidarem, poderão fazer não somente o que foi feito à figueira, mas também dizer a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e assim será feito” (Mateus 21:21). Em outras palavras, se você tiver fé, então você poderá realizar um milagre semelhante, e poderá realizar um milagre maior. Mas você ainda está tão incomodado sobre se isso continua! E você afirma que é um cristão. Quantas vezes ele disse algo assim aos seus discípulos? É registrado novamente em Marcos 11:23. Em outro lugar, ele expulsou um espírito maligno, e então disse: “Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível” (Mateus 17:20). Se você tiver fé, um milagre semelhante será possível, como remover um demônio. Se você tiver fé, um milagre maior será possível, como remover uma montanha. Se você tiver fé, nada será impossível pra você.

Jesus realizava um milagre, e então dizia que quem tivesse fé poderia realizar o mesmo milagre, e até um milagre maior — um milagre maior do que aquele que ele tinha feito. Era como se ele quisesse apagar todas as dúvidas e condenar todas as desculpas. Ele enfatizou esta doutrina uma e outra vez, e formulou-a em termos explícitos. Ele se referiu a seus milagres (João 14:11), para então dizer:  “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” (14:12). Isso não deixa espaço para cessacionismo, mas é muito mais do que continuísmo. É o expansionismo.

A Bíblia contém declarações que nos prometem a habilidade de realizar tipos específicos de milagres pela fé. Por exemplo, Tiago 5:15 é uma promessa sobre milagres de cura. Na verdade, é uma ordem para realizar milagres de cura tanto quanto é uma promessa. Entretanto, mesmo antes de aprendermos sobre essas promessas, ou mesmo sem elas, João 14:12 garante a continuação e a expansão dos milagres que Jesus realizou. Mesmo sem Mateus 17:20, Mateus 21:21, Marcos 11:23, e todas as outras passagens como essas; aquele que tem fé possui uma base irrefutável e permanente para realizar os mesmos tipos de milagres, como ordenar para que uma doença deixe alguém, ou ordenar a restauração de um órgão danificado ou ausente. João 14:12 engloba todos os milagres de Cristo, de modo que os milagres da profecia, os milagres da natureza e todos os outros milagres também estariam incluídos e prometidos aos que tivessem fé. Dito isso, temos ainda Mateus 17:20, Mateus 21:21, Marcos 11:23 e muitas outras passagens que ditam a doutrina do expansionismo. É inescapável.

Jesus disse: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:18-20). Esse manifesto expansionista aqui é muitas vezes repetido pelos religiosos fariseus, mas o mandato é sobre ensinar as nações as doutrinas de Cristo, não as tradições dos homens. Portanto, pregar o evangelho tem haver com contar às pessoas sobre os milagres de Jesus, e que se elas tiverem fé poderão realizar milagres semelhantes e milagres ainda maiores. Esta é a doutrina do expansionismo. Isso, por sua vez, significa que aqueles que não ensinam o expansionismo desobedecem à Grande Comissão. Eles não pregam o evangelho, ou pregam um evangelho diferente. Embora nosso foco esteja nos milagres, esta doutrina abraça tudo o que Jesus fez, e não apenas os seus milagres. Os cristãos devem fazer o mesmo, e depois fazer ainda mais. Assim, eles devem pregar o evangelho a todas as nações, além do território que Jesus cobriu. Isso torna a doutrina do expansionismo ainda mais significativa e necessária. Isso torna ainda mais imperdoável ignorá-la, rejeitá-la ou ser seletivo sobre ela.

Os discípulos

Antes de Cristo subir ao trono de Deus, ele declarou que o Espírito Santo viria sobre os discípulos, e eles receberiam o mesmo poder que ele exerceu em seu ministério (Atos 1:8). Você deve ter em mente que ele já havia prometido que alguém poderia realizar os mesmos milagres que ele fez e até milagres maiores pela fé, e os discípulos já haviam feito milagres pela fé, curando os enfermos e expulsando os demônios em seu nome. Jesus não queria que isso meramente continuasse. Ele queria mais, muito mais. E a descida do Espírito ainda acrescentaria outra dimensão de poder espiritual às suas vidas — fé sobre fé, poder sobre poder. Jesus não ficou satisfeito até que seus seguidores tivessem alcançado um nível excessivo e absurdo de dons carismáticos. Ele se recusou a aceitar uma mera continuação de seu ministério, mas exigiu uma expansão, uma escalada. Ele queria que demonstrassem um poder absurdo. Ele lhes disse para não deixar a cidade até que o Espírito chegasse. Quando então eles se expandiriam, e levariam este poder até os confins da terra.

Quando chegamos aos eventos após a ascensão de Cristo, precisamos nos mover rapidamente, pois muitas coisas aconteceram para que nós as consideremos com detalhes. Os discípulos não estavam mais apenas falando sobre isso, mas estavam fazendo isso. A expansão em todos os aspectos estava acontecendo — a quantidade dos milagres, a qualidade dos milagres, a diversidade dos crentes e a imensidão dos territórios. Houve uma explosão de poder sobrenatural, e milagres espalhados por todos os lugares.

No dia de Pentecostes, o Espírito Santo chegou de forma espetacular ao grupo de crentes. Apenas dez por cento deles eram apóstolos (Atos 1:15), mas todos foram diretamente infundidos com o mesmo poder que infundiu Jesus Cristo, para receberem revelações e realizarem milagres  (Lucas 4:14, 24:49; Atos 1:8, 2:4). Desde o primeiro dia, a esmagadora maioria dos que tinham dons proféticos e poderes milagrosos não eram apóstolos. Pedro explicou que era exatamente o que deveria acontecer. Ele se referiu ao profeta Joel: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão” (Atos 2:17-18). A unção do Espírito havia se espalhado para além de alguns reis e profetas, para além de Cristo e seus discípulos, e agora se expandiria em poder e extensão para todos os tipos de pessoas, penetraria todos os níveis da sociedade, invadira todas as áreas do mundo, para todos no futuro.

Enquanto uma pessoa tiver fé em Jesus Cristo, essa pessoa poderá receber o Espírito e, portanto, o poder de receber e realizar o milagroso (Atos 2:38-39). O sonho de Moisés, o oráculo de Joel e a carta régia de Cristo agora estavam sendo cumpridos. Quase todos os que receberam poder para operar milagres não eram apóstolos, embora o Livro de Atos destaque o ministério dos apóstolos. No entanto, a Bíblia nos deixa com certo testemunho suficiente sobre os feitos de fé e poder deste grupo maioritário dos milagres. Há um extenso relato de Estêvão, um homem que foi chamado para “servir às mesas (Atos 6:2). Ele realizou grandes maravilhas e sinais entre o povo” (Atos 6:8). Quando os incrédulos o desafiavam, não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava” (Atos 6:10). Então eles fizeram acusações falsas contra ele e levaram-no a julgamento. Quando os membros do Sinédrio olharam para Estevão, “viram que o seu rosto parecia o rosto de um anjo” (Atos 6:15). Seria isto um apóstolo, ou talvez dois ou três apóstolos combinados? Ou seria o próprio Cristo? Não. Ele era alguém que servia às mesas, cheio de fé e do Espírito Santo.

Ele não era um apóstolo, mas Deus o escolheu para confrontar a elite religiosa. Saulo, que mais tarde se tornaria o apóstolo Paulo, estava também na platéia (Atos 8:1). Podemos dizer que Estêvão não deixou nenhuma impressão sobre este fariseu endurecido? Podemos dizer que este lendário pregador não devia nada em suas viagens e escritos a esse que servia às mesas? É inconcebível que Paulo jamais se lembrasse de Estêvão ou que nunca tentasse honrar a memória desse mártir enquanto perseguia a excelência em seu ministério e sofria severa perseguição. Não há necessidade de especulação. Vamos falar sobre o que sabemos. Sabemos que os apóstolos experimentaram transes e sonhos, e às vezes até visitações. Anjos os visitaram na prisão e os libertaram. O Senhor Jesus lhes apareceu. Impressionante. Mas aqui vemos que Estêvão, esse homem que servia às mesas, que nunca foi um apóstolo, recebeu tais poderes proféticos do Espírito que penetrou os céus dos céus, até o trono de Deus, de modo que, sem um transe ou um sonho, mas bem desperto em seu corpo e em público diante da elite religiosa, ergueu os olhos e viu Jesus de pé à direita de Deus (Atos 7:55-56). Mais do que impressionante. Então, enquanto o apedrejavam até a morte, Estêvão orou por eles (7:59-60). Ele não era um apóstolo, mas um herói de primeira classe da fé.

Estêvão foi morto, e a perseguição começou contra a igreja. A Bíblia diz: Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e de Samaria... Os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem” (Atos 8:1,4). Neste ponto da virada, o evangelho se expandiu para além de Jerusalém através dos cristãos que não eram apóstolos. Eles pregavam o evangelho e realizavam milagres. Por exemplo, Filipe também servia às mesas (Atos 6:5), e ele foi para Samaria quando os discípulos se espalharam. A Bíblia diz: “Quando a multidão ouviu Filipe e viu os sinais miraculosos que ele realizava, deu unânime atenção ao que ele dizia. Os espíritos imundos saíam de muitos, dando gritos, e muitos paralíticos e mancos foram curados. Assim, houve grande alegria naquela cidade” (Atos 8:6-8). Então um anjo disse a Filipe aonde ir, e o Espírito lhe disse com quem se encontrar (Atos 8:26-29). Depois de pregar a um oficial etíope, o Espírito de Deus o levou fisicamente e o transportou para outro lugar (Atos 8:39-40). Não temos registro sobre algum apóstolo que tenha experimentado algo assim. As obras sobrenaturais do Espírito se expandiram através dele até a geração seguinte, pois ele teve quatro filhas que profetizaram - não uma, mas quatro; não filhos, mas filhas; não proselitismo, mas profetismo (Atos 21:9).

Quando Jesus eventualmente deteu Paulo, ele não enviou a elite cristã para iniciá-lo na fé, mas ele enviou Ananias. A Bíblia simplesmente o chama de discípulo (Atos 9:10). Ele era um excelente discípulo, mas mesmo assim não foi chamado de apóstolo ou profeta, ou alguém com um título de liderança religiosa (Atos 22:12). O Senhor falou com ele em uma visão, e revelou a rua e a casa que ele deveria visitar, e o que deveria dizer quando chegasse (Atos 9:11). Ananias se perguntou sobre isso, quando soube do tipo de pessoa ele era enviado para tratar, então o Senhor ofereceu uma explicação (Atos 9:13-14). Como mero discípulo, ele teve uma conversa profética com o Senhor sobre o ministério apostólico mais definidor da história. Pelas mãos deste discípulo, Paulo recebeu a visão novamente e foi enchido com o Espírito Santo (Atos 9:17).

Mais tarde, o apóstolo Paulo escreveria: A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum... que diremos, irmãos? Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação” (1 Coríntios 12:7, 14:26). Aos Coríntios, ele disse: Gostaria que todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que profetizem” (1 Coríntios 14:5). As pessoas estão tão ansiosas para minar as línguas que elas não percebem o que esse texto realmente disse. Para esses cristãos que supostamente usavam de maneira errado o falar em línguas, Paulo ainda insistia: Eu gostaria que todos falassem em línguas. Ele não disse apenasQuero que vocês continuem permitindo. Não, ele disse: Quero que TODOS vocês falem em línguasTendo em mente que ele queria que todos falassem em línguas, ele acrescentou que queria ainda mais que eles profetizassem. Ele queria dizer que eles deveriam preferir a profecia apenas na igreja ou na assembléia pública (1 Coríntios 14:19), e quando não houvesse interpretação (1 Coríntios 14:5). Então ele disse que poderiam permitir até três mensagens em línguas se alguém pudesse interpretar (1 Coríntios 14:27), ou duas ou três pessoas poderiam profetizar, porque todos vocês podem profetizar, cada um por sua vez (14:31). O sobrenatural era esperado, e a participação era encorajada. O apóstolo se recusou a permitir que a expansão das operações milagrosas retrocedesse um passo, mesmo diante do mau uso e da desordem. Ele ditou diretrizes à eles para regular suas reuniões e exortou-os para seguirem em frente e continuarem com os dons. Ele insistiu em aumentar e expandir.

Os apóstatas

O debate entre cessacionismo e continuísmo é como o debate entre ateísmo e teísmo. Não é inteiramente inútil, mas mesmo quando o teísta vence, há apenas um ligeiro progresso. Os cristãos não podem ficar satisfeitos até que o oponente se submeta a toda fé em Jesus Cristo. O cristão deve se sentir deturpado se os outros o considerarem um mero teísta. É assim que me sinto quando sou rotulado de continuísta, mesmo quando não há qualquer intenção maliciosa. Eu suportaria isso apenas para manter a interação simples, mas na realidade é muito mais fraco do que eu acredito, a ponto de eu tomar isso como calúnia. Isso provoca um auto-exame e, depois, uma percepção familiar: Ainda sou muito restritivo na minha exposição do sobrenatural, ou essas pessoas são completos idiotas? Só porque você não acredita na Escritura não significa que eu não posso acreditar. Eu sou um expansionista. A minha doutrina é a uma doutrina do expansionismo do evangelho, em todos os sentidos especificados pelas Escrituras, incluindo o aumento de poderes milagrosos, bênçãos e experiências em quantidade, em magnitude, em diversidade de crentes, até os confins da terra. Este é o evangelho de Jesus Cristo. Você pode continuar lutando contra ele e se condenar ao inferno, mas eu não vou me entregar a isso.

Os cristãos recuaram da doutrina do evangelho. O cessacionismo é heresia. É demonismo e paganismo; e uma declaração de guerra contra o evangelho. O continuísmo como tal ainda não é uma doutrina bíblica. Está flácido. Falta-lhe a ambição espiritual que é inerente à fé de Jesus Cristo. Ele negligencia a promessa e a ordenança do evangelho. O expansionismo é a única doutrina bíblica, e é a única visão aceitável. Esta revelação elementar é de alguma forma uma religião revolucionária até mesmo para os cristãos. Você não precisa da ordenação de homens para pregar o evangelho. Você não precisa de treinamento no seminário para curar os doentes. Você não precisa ser homem, ou jovem, ou popular para receber visões e sonhos. Você não precisa ser rico ou educado para profetizar. Ensinar é bom — quanto mais melhor — não pelas tradições dos homens, mas pela palavra de Deus. Ele pode usar homens fiéis para construí-lo em conhecimento e caráter, mas não siga qualquer um, porque nem todos têm fé. Do que adianta receber apenas treinamento e aprovação de homens, se eles te tornam duas vezes mais filho do inferno como eles são? Tenha fé em Deus. Acredite no evangelho. Então você receberá seu Espírito, e você fará estas coisas. O próprio Jesus realizará os mesmos milagres e milagres ainda maiores por meio de você (João 14:13-14), porque se você tiver fé, ele será seu parceiro no ministério evangélico (2 Coríntios 6:1).

O expansionismo deve ser declarado em credos cristãos e prescrito como um teste de ortodoxia. Certos aspectos da fé cristã podem ser tão evangélicos como esta doutrina, mas nenhum será mais. Quanto ao debate entre cessacionismo e continuísmo, ele persistirá enquanto existirem aqueles que resistem ao evangelho e que amam suas próprias teorias e desculpas. Assim como nos empenhamos com os incrédulos pelo evangelho, embora não permitamos que eles nos impeçam de avançar na fé, condenamos os cessacionistas pelo evangelho mas não permitiremos que eles nos impeçam de avançar de fé em fé, de glória em glória. Em certo ponto, Jesus disse aos discípulos: Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora” (João 16:12). Ainda que algumas pessoas deveriam ser mestres agora, elas ainda não podem suportar o que temos a dizer (Hebreus 5:11-12). Mesmo as doutrinas elementares do evangelho são demais para elas. Não há razão para acomodá-las ou permanecer com elas em uma luta prolongada, quando percebemos que há muito mais para nós alcançarmos. Não devemos legitimar uma perversão do evangelho, aceitando a maneira como este tema foi enquadrado. Nós não fazemos nenhum progresso ganhando o debate onde o poder do evangelho simplesmente continua. Nós devemos nos sentir como tolos em cada minuto que somos encalhados nesse nível em nossa discussão. Até mesmo o continuísmo como tal é apenas um compromisso para que nos movamos para além dele, para lutar pelo aumento e pela expansão.


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Extraído de:
http://www.vincentcheung.com/2017/02/13/expansionism-a-gospel-manifesto/

Traduzido por: Dione Cândido Jr.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Nº 61



FÍSICA ESPIRITUAL
por Vincent Cheung

Alguns cristãos não entendem sobre operações espirituais, mas não querem se parecer inferiores, e assim se queixam sobre misticismo. Misticismo é realmente errado, se o termo é usado corretamente. Algumas coisas não têm nada a ver com o misticismo. Se eu socar você na nuca e você cair de cara no chão, não será misticismo, mas física. Você pode não saber o que aconteceu, mas eu sei. Não é ininteligível.

Quando Salomão dedicou seu templo, a presença de Deus entrou no prédio na forma de uma nuvem espessa e impediu os sacerdotes realizassem seus trabalhos (1 Reis 8:10-12). Algumas pessoas não conseguem entender isso porque já decidiram como as coisas de Deus devem funcionar. Se uma manifestação parece interromper a normalidade do ministério, então deve ser falsa. Não deve ser de Deus. Isto não é necessariamente verdade.

Uma mulher com uma doença veio até Jesus e tocou em suas vestes. Ela foi curada imediatamente, e Jesus disse: Quem me tocou? Poder saiu de mim. Ele não liberou deliberadamente este poder, mas estava consciente do seu movimento quando foi tirado dele pela fé (Marcos 5:30; Lucas 8:46). Isto é maravilhoso, mas não é incomum para aqueles que sabem sobre operações espirituais (1 Coríntios 12:1). Isso influenciou como Jesus conduziu seu ministério, e ele perguntou sobre isso quando o poder se comportou de certa maneira. Se isso não era errado ou estranho para ele, então não deve ser errado ou estranho para nós.

O mesmo poder opera no cristão que recebeu o Espírito Santo depois de ter crido em Cristo (Lucas 24:49; Atos 1:8). Existem inúmeras implicações práticas para a vida e o trabalho cristãos. Às vezes, no ministério, dizemos certas coisas, agimos de certa maneira, ou nos comportamos de certa forma porque estamos conscientemente trabalhando com esse poder. Isso não acontece apenas no ministério de cura, mas também no de profecia, de pregação, de aconselhamento, de escrita e de debates. Quando falamos sobre tais coisas, não é sobre misticismo, mas sobre física espiritual e realidade espiritual. Se estas coisas não se encaixam na sua teologia, então o problema é seu. Você tem uma má teologia.

Depois de ter construído o seu sistema doutrinário, se você ainda encontrar centenas de pedaços da Bíblia jogados no chão, você precisará fazer uma escolha. Você pode se concentrar em admirar o seu grande projeto enquanto discretamente empurra essas peças para debaixo do tapete. Isto é o que a maioria dos teólogos fizeram ao longo da história da igreja, então você ainda estaria em companhia respeitável, mesmo que corrupta. Visto que a maioria deles fez isso, é improvável que você seja descoberto e confrontado sobre isso. Sua religião bonitinha permaneceria intacta até o julgamento. Por outro lado, você pode parar de mentir para si mesmo, derrubar tudo isso, e começar de novo. Desta vez, use todas as peças e conecte-as com a lógica.


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Extraído de:
http://www.vincentcheung.com/2016/06/14/spiritual-physics/

Traduzido por: Dione Cândido Jr.

Nº 60



ONDE HÁ UMA PROMESSA, HÁ UM CAMINHO
por Vincent Cheung

Um cristão que ensina a verdade sobre as promessas de Deus quanto a cura para os nossos corpos pode enfrentar esta objeção: Se Deus cura, ou se Deus promete cura, então por que você ainda tem essa doença ou esse defeito em seu corpo? A objeção tenta contornar a Palavra de Deus para argumentar pela experiência, pelo sentimento e pela observação ao invés da fé. Os não-cristãos não entendem nada, e nós esperamos algo assim deles, mas os críticos muitas vezes afirmam serem cristãos, e eles deveriam entender melhor. Eles conhecem a resposta pra isso, mas eles estão cegos pelo preconceito. Eles odeiam tanto a Deus por causa de uma cura promissora que descartariam o raciocínio elementar do evangelho para atacar aqueles que têm fé nele. Se alguém fizesse uma objeção semelhante a respeito de outro aspecto da vida cristã, eles sorririam e anulariam o desafio em poucas palavras. Eles nunca precisariam argumentar pela experiência para resolver tal ponto. Se a doutrina da cura estivesse errada, então poderíamos notar isso pela Palavra de Deus, sem recurso à experiência. Mas essa objeção muitas vezes aparece depois que as promessas de cura foram apresentadas. As próprias promessas são postas de lado à medida que elas levam a questão.

A Bíblia diz: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (1 Coríntios 10:13). Há sempre uma maneira de escapar da tentação. Há sempre um caminho para se evitar o pecado. No entanto, eu não diria a um pregador: Se Deus promete nos mudar, e se ele promete sempre providenciar uma saída quando somos tentados, então por que você ainda peca às vezes? A doutrina deve ser falsa!” Eu nunca diria isso, e eu nunca iria rejeitar a doutrina assim, pois eu não sou um idiota. Posso ler a Bíblia. Eu não preciso depender do exemplo desse pregador. Eu não sou salvo pela impecabilidade desse pregador, mas pela impecabilidade de Cristo. Se eu posso tirar proveito das promessas de Deus, eu posso fazer melhor do que esse pregador que me ensina.

Você já pecou, ​​alguma vez? Se Deus promete um escape, por que você não escapa? A Bíblia está errada, ou a doutrina é falsa, porque você às vezes peca? Deus fornece um caminho para sairmos de cada tentação, mas você escapa toda vez? Por que não? É porque a Bíblia realmente não ensina isso? Não, esta não é a razão. Vocês peca, porque quer pecar! Como diz a Bíblia: “Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o pecado, após ter-se consumado, gera a morte” (Tiago 1:14-15). Você peca, porque você abraça o pecado e segue a tentação. Não se torne ainda mais desprezível culpando a Deus por tudo, ou tentando negar as suas promessas. E se você não lança a culpa sobre Deus, ou se você não nega que foi ele forneceu um caminho para se sair de cada tentação, então por que você faria isso quando se trata de uma doença, quando Deus também faz promessas para a sua cura? Por que você faria isso, a menos que houvesse maldade em seu coração?


O mesmo raciocínio do evangelho se aplica à cura. Não estou olhando para um pregador a fim de receber a cura, mas para Deus. Um pregador que não alcançou a santidade perfeita ainda pode falar comigo sobre santidade e orar para que eu cresça em santidade, assim, um pregador que não recebeu a cura perfeita ainda pode orar para que eu receba a cura. Não tropeçamos nas falhas uns dos outros, porque ambos estamos olhando para Deus pela fé. A pior pessoa é aquela que nega que Deus providencie um caminho para se escapar da tentação apenas porque um pregador não alcançou a perfeição na santidade. Mais do que um desafio para tal pregador, isso seria um ataque à integridade de Deus. Por outro lado, aqueles que se humilham sob a Palavra de Deus usarão a doutrina para edificar suas forças. Eles sabem que sempre há esperança quando eles enfrentam a tentação. Para eles, a experiência imperfeita não é uma base para rejeitar as promessas de Deus, mas para falar ainda mais sobre elas. Do mesmo modo, uma experiência incompleta da cura não serve de base para rejeitar as promessas de Deus, mas é uma razão para falar ainda mais sobre elas, para que possamos crescer na fé e no conhecimento e, depois, na nossa experiência.

Você provavelmente não sabe o quanto Deus já transformou uma pessoa, e você está apenas vendo algumas falhas que permanecem. É claro que você ainda pode repreender alguém por seus pecados, mas você não pode repreender a Deus por fazer suas promessas. Em vez de incitar alguém a duvidar da palavra de Deus, você deve ajudá-lo e orar por ele, para que as promessas de Deus continuem a terem efeito sobre ele. Você não iria exortá-lo a se agarrar nos seus pecados apenas porque irá pecar de qualquer jeito, mas você iria exortá-lo a se agarrar nas promessas de Deus, porque elas sempre fornecem um escape do pecado. Este é um excelente pensamento evangélico. Então por que você faria o oposto quando se tratasse de cura, visto que Deus também fez promessas para a cura do corpo? Há algo de errado com você.

Você provavelmente não sabe o quanto Deus já curou uma pessoa. Ele provavelmente tinha um câncer além de diabetes e artrite quando inicialmente aprendeu acerca das promessas de Deus sobre a cura, mas agora a única coisa que resta são flácidas lesões que ele adquiriu há alguns anos. Não despreze as promessas de Deus por causa disso. Não ponha alguém para baixo por causa disso. Qual é o seu problema? Você deve ajudá-lo e orar por sua cura completa, para que ele se torne um testemunho ainda melhor do poder e da graça de Deus. Você pode também não saber das situações dramáticas em que Deus curou as pessoas por meio dele enquanto orava.

Você pode não saber de outra coisa. Se você olhar para uma foto antiga de alguém que possui uma confissão consistente da cura pela fé em Cristo, você pode achar que tal pessoa não envelheceu por décadas, ou você pode achar que agora aparente ser ainda mais jovem do que era há vinte anos atrás. Isso pode ter acontecido com Sara. Aos sessenta e cinco anos, ela era tão bela que até um rei a desejava e queria tomá-la para si (Gênesis 12:14-15). Quando Moisés tinha cento e vinte anos de idade, seus olhos não eram fracos e a sua força não tinha acabado (Deuteronômio 34:7). Calebe era tão forte quando tinha oitenta e cinco anos como quando tinha quarenta anos (Josué 14:10-11), e exigiu entrar em batalha para conquistar o que Deus tinha prometido a ele. Sem desculpas. Apenas fé.

Somos filhos de Abraão pela fé em Jesus Cristo, e herdamos as mesmas promessas. Estas são promessas que podem suspender o tempo no corpo, e até mesmo voltar o tempo. Isso se torna um tempo extra para servir a Deus e às pessoas, tempo para você desfrutar do conhecimento e da bênção de Deus. Mas isso não acontecerá com você se você continuar tentando enganar aqueles que pregam sobre a fé e a cura pela Palavra de Deus. Você está apenas se condenando e se machucando a si mesmo. Em vez de se agarrar a doença, tome outro caminho. Tome a cura pela fé nas promessas de Deus.

Só porque algo está acontecendo  algo como uma tentação ou uma doença  não significa que Deus quer que você vá junto com ela. Você precisa descobrir o que Deus lhe diz para fazer com isso. A tentação acontece, mas Deus quer que você a supere. Ele fez um caminho para escape, de modo que sempre há uma saída. Você não tem que sucumbir no pecado. Deus quer que você odeie e combata o pecado. A doença acontece, mas Deus quer que você a vença pela fé. A Bíblia diz que os líderes da igreja devem lutar com você. Eles fazem isso? A Bíblia diz que a oração que vem da fé curará o doente, e o Senhor o levantará. Se alguém tropeça e comete um pecado, você não vai empurrá-lo ainda mais nessa direção, você vai? Espero que você o empurre para a direção da santidade. Então, quando alguém tem uma experiência imperfeita de cura, por que você usaria isso para convencê-lo de que não existe cura para ele, e empurrá-lo na direção da doença ou da rendição? Você deve empurrá-lo mais ainda para a fé no poder da cura de Deus.

Assim, a objeção não enfraquece os cristãos que não alcançaram uma experiência perfeita ou que não exerceram um ministério perfeito, mas, ao invés disso, expõe as más intenções daqueles que levantam a questão contra a doutrina da cura. Isso demonstra que eles tentam se esquivar de um ensinamento explicitamente bíblico, e demonstra que eles não têm a capacidade de fazer aplicações básicas a partir do evangelho.


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Extraído de:
http://www.vincentcheung.com/2016/06/15/where-there-is-a-promise-there-is-a-way/

Traduzido por: Dione Cândido Jr.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Nº 59



ESCRITURA: SUFICIENTE CONTRA O CESSACIONISMO
por Vincent Cheung

Embora você diga que não consegue perceber nenhum erro no raciocínio, a sua linguagem deixa uma distância entre você e esse argumento para o cessacionismo. Então, eu não estou certo se você concorda com ele, ou se você está somente me perguntando a respeito. Por uma questão de conveniência, eu responderei como se você fosse quem estivesse fazendo o argumento, de forma que quando eu disser você, pode não querer dizer você pessoalmente, mas um cessacionista que usa essa objeção.

Mesmo se você discorda dessa objeção, eu ainda te contarei como responsável pela sua falta da habilidade de refutar algo tão absurdo assim, e por falhar em sequer sugerir qualquer possível falha nisso. O fato de que você foi treinado num seminário o torna ainda mais culpado. Jesus disse, mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão (Lucas 12:48). Não há desculpa para falhar em levantar alguns dos pontos que eu menciono abaixo. Como os seus professores cessacionistas, você negligencia mesmo o básico do seu treinamento, e você deixa o fardo de defender o poder de Deus em operação no seu povo comigo. Isso é inaceitável. Se você está convencido do cessacionismo, então construa o seu caso em favor dele. Se você não está convencido, então com todo esse treinamento, pelo menos faça um esforço para apontar possíveis falhas no cessacionismo conforme você me pergunta a respeito.

A minha réplica não é um ataque a um espantalho. Você foi quem me enviou esse argumento. Eu chamo sua atenção quanto a isso porque o argumento é tão estúpido, que quando eu expuser o quão estúpido ele é, eu não quero que você use isso como uma desculpa esfarrapada. Cessacionistas com frequência se queixam sobre um espantalho quando eles perdem, e eles sempre perdem. Cessacionistas são ESTÚPIDOS, não mal-entendidos. Eles não conseguem imaginar como eles poderiam perder tão facilmente e decisivamente, e assim, eles pensam que eles devem ter sido mal entendidos. Mas nós os entendemos claramente, e vemos que eles são tolos incrédulos e desobedientes.

Embora nem todo cessacionista use os mesmos argumentos estúpidos, todos os seus argumentos são estúpidos como este, e eles às vezes contradizem um ao outro. Eu posso responder qualquer argumento cessacionista, mas eu estou respondendo o que me foi enviado. Nenhum cessacionista deveria queixar-se de que esse não é o seu argumento. Se não é o seu argumento, então não é o seu argumento. Eu provavelmente respondi o seu próprio argumento estúpido em outro lugar. Agora, eu estou respondendo o que me foi enviado, mas ainda, ele de fato acarreta algumas questões relevantes para a maioria dos argumentos cessacionistas. O que eu digo pode ser adaptado a muitos argumentos cessacionistas.

[1]

Sumarizemos os seus pontos. O argumento cessacionista é baseado na suficiência da Escritura. Você alega que uma Bíblia suficiente deveria tornar desnecessária a profecia, e se uma profecia somente repete ou aplica o que a Bíblia diz, então não é uma profecia no sentido bíblico, mas só um lembrete do que a Bíblia diz. Esse é um argumento familiar e, assim, eu não repetirei todos os detalhes. Você menciona o que a Bíblia diz, “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra (2 Timóteo 3:16-17). Essa é uma passagem significante para a doutrina, mas a sua inferência é falsa.

Paulo estava falando com Timóteo, não com você. É claro, isso se aplica a todos nós por extensão. O princípio se aplica a toda Escritura e a qualquer coisa que seja Escritura, de modo que é correto afirmar isso sobre a nossa Bíblia cristã. Contudo, Paulo estava se referindo a qualquer Escritura que Timóteo tinha. Você não pode tornar isso idêntico ao que você tem agora  você tem mais. Você menciona que Segunda Timóteo é considerado um dos últimos documentos do Novo Testamento, mas isso é irrelevante. Para usar a afirmação de Paulo dessa maneira a fim de tornar a Escritura nesse versículo idêntica à Bíblia cristã completa, esta não apenas deve ser o documento final, mas deve ser a sentença final da Escritura. Ademais, para que a Escritura nesse versículo seja idêntica ao que nós temos, Timóteo deveria ter tido acesso à Bíblia cristã em sua forma completa. A menos que esse seja o caso, seria irrelevante mesmo se essa fosse a sentença final do último documento da Bíblia. Timóteo pelo menos não tinha acesso a Segunda Timóteo enquanto Paulo o estava escrevendo! Na verdade, é provável que Paulo tivesse em mente apenas o que Timóteo pode acessar em sua infância, uma vez que o versículo anterior diz, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus (2 Timóteo 3:15).

O meu ponto é que a Escritura já era suficiente bem antes de 2 Timóteo 3:16-17 ter sido escrito, mas visto que ela não havia sido terminada, Deus continuou a escrevê-la. Esse é o porquê da suficiência e da finalidade da Escritura serem duas doutrinas diferentes. A Bíblia cristã não é apenas suficiente para nos equipar para toda boa obra, mas é mais do que suficiente para isso. A Escritura era suficiente antes de estar completa. Se o cessacionista usa a suficiência da Escritura para minar a continuação da profecia, ele deve primeiro usar a suficiência da Escritura para minar toda a Escritura que foi produzida após a infância de Timóteo  isso incluiria a própria segunda carta a Timóteo. Portanto, usar a doutrina da suficiência da Escritura contra a continuação da profecia é primeiro um repúdio à Escritura. Antes de qualquer debate acerca da continuação de qualquer coisa, o argumento deve primeiro prevenir tanto a completude como a compilação da Escritura. Quando você não faz isso, da perspectiva cristã, você está arruinado. Terminou para você. Você é anti-evangelho. Você é o herege contra-cristão. Salve a si mesmo antes fingir ser um teólogo e criticar outras pessoas.

Por esse ponto, nós já refutamos a objeção, com o bônus de que o cessacionista é acusado de pecado, de heresia, de rejeição da Escritura, e logo, de renunciar a fé cristã. Nós terminamos, e podemos parar aqui se desejarmos. Mas eu vou tomar essa oportunidade para discutir problemas adicionais desse argumento.

[2]

A forma como o cessacionista formula e aplica a doutrina da suficiência da Escritura o imerge em todo tipo de problemas. Você pelo menos leu o restante de Segunda Timóteo? Que tal 2:21? Este diz, Se alguém se purificar dessas coisas, será vaso para honra, santificado, útil para o Senhor e preparado para toda boa obra.. Você vê o problema? Preparado para toda boa obra. O cessacionista sequer precisa da Bíblia? Eu poderia me divertir um pouco com isso, mas nós ainda temos muito a cobrir, então falaremos sobre profecia.

Você leu Primeira Timóteo? Paulo escreveu, Timóteo, meu filho, dou-lhe esta instrução, segundo as profecias já proferidas a seu respeito, para que, seguindo-as, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé (1 Timóteo 1:18-19). E depois, ele escreveu, Não negligencie o dom que lhe foi dado por mensagem profética com imposição de mãos dos presbíteros. (1 Timóteo 4:14). Timóteo estudou a Escritura muitos anos antes daquele ponto (2 Timóteo 3:15), uma Escritura que Paulo declarou suficiente (2 Timóteo 3:16-17). Se Timóteo nunca tivesse recebido uma profecia, nós diríamos que ele poderia ter vivido sem ela, mas ele recebeu. Uma profecia foi declarada a Timóteo, e Paulo disse a Timóteo para usá-la, para combater o bom combate com ela. O apóstolo não via nenhum conflito entre isso e a suficiência da Escritura.

[3]

Então, você alega que, se uma profecia fala somente de uma informação que está na Bíblia, então ela não seria do tipo de profecia na igreja antiga, mas seria um mero lembrete do Espírito Santo. Por ora, procedamos com essa limitação, que uma profecia falará apenas o que está na Bíblia. Isso significa que ela não seria como o tipo descrito na Bíblia, o tipo experienciado pelos discípulos antigos.

Eu sei de alguém que começou a pregar quando ele tinha dezesseis anos, diretamente para pessoas que tinham entre trinta e cinco a setenta e cinco. Ele ensinava sobre muitos tópicos da Bíblia, e aconselhava esses adultos acerca de qualquer coisa, desde como criar filhos, abuso de drogas, e até disfunção sexual, nunca tendo experienciado essas coisas. Ele nunca foi instruído a como interpretar a Bíblia, como pregar, ou mesmo como discorrer sobre um tópico. Ele aprendeu, mas Deus o ajudou a começar. Quando ele preparava uma mensagem, ele às vezes ele se via a si mesmo numa visão falando em um culto no porvir, e quando o tempo chegava, ele simplesmente agia de acordo com o que ele tinha visto. Toda vez era preciso e bíblico. Ele começou no ministério logo após a sua conversão, e assim, ele ainda não havia lido toda a Bíblia. Às vezes, quando ele estava pregando ou aconselhando, ou respondendo a interferências importunas, ele recitava passagens bíblicas inteiras que ele nunca havia lido, porque ele as leu a partir de uma visão de como ele falaria. O povo pensava que ele havia memorizado as passagens, mas algumas vezes aquela era a primeira vez que ele as leu.

Em um de seus encontros, quando o povo começou a chegar e esperar por ele, ele estava orando em outro lugar do prédio. Duas pessoas no auditório estavam conversando sobre um certo tópico bíblico, e uma delas perguntou a outra sobre uma série de questões. Então, o pregador chegou para falar. Em aproximadamente dez minutos do seu sermão, ele de repente parou e se virou para as duas pessoas. Ele as olhou e passou alguns minutos abordando um tópico diferente, e então, retornou para o seu sermão. Pareceu ser uma divagação. Depois, lhe disseram que ele respondeu às questões que uma das pessoas havia perguntado ao seu amigo antes do culto, na mesma ordem que ele perguntou para ele. Houve inúmeros outros casos. Em todo caso, o homem não disse nada que já não estava na Bíblia, mas era uma manifestação evidente do profético, e teve o efeito que a profecia deveria produzir: “E os segredos do seu coração serão expostos. Assim, ele se prostrará, rosto em terra, e adorará a Deus, exclamando: Deus realmente está entre vocês (1 Coríntios 14:25). Portanto, mesmo quando a profecia está limitada à informação bíblica, não necessariamente quer dizer que é um mero lembrete do ensinamento bíblico.

[4]

Isso é para mostrar que o ponto trai a sua ignorância espiritual (1 Coríntios 1:21), mas a verdade é que também te coloca num monte de apuros. Se a profecia não contém nenhuma informação além do que já está na Bíblia, e essa não é o tipo de profecia demonstrada na Bíblia, então isso pode ser usado contra a própria Bíblia. Muitas proposições da Bíblia repetem as mesmas palavras ou ideias contidas em porções anteriores da Bíblia. Quantas vezes uma pessoa poderia dizer, a sua misericórdia dura para sempre(Salmos 118), antes de parar de ser profético? De acordo com você, a segunda vez já seria diferente. Quando Jesus pregou em Nazaré, ele leu de Isaías 61 antes de adicionar, hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. De acordo com você, Lucas 4:18-19 não era profético, mas na melhor das hipóteses, um lembrete incitado pelo Espírito, mas Lucas 4:21 era profético, pois era informação nova. Quando Pedro pregou no dia de Pentecostes, ele citou de Joel 2 e alguns outros textos. De acordo com você, as principais porções de seu sermão não eram proféticas, mas eram apenas lembretes incitados pelo Espírito.

E quanto a todas as outras vezes que Jesus citou as Escrituras? E quanto a todas as outras vezes que os apóstolos copiaram as Escrituras em suas cartas? De acordo com você, somente as suas exposições e outras revelações eram inspiradas, mas as suas citações das Escrituras não eram. Se nós também descartarmos aquelas partes em que a Bíblia repete as suas próprias ideias, ainda que não sejam as palavras exatas, então a Bíblia se torna ainda mais fina. Por exemplo, a despeito das palavras usadas, só a primeira vez que a Bíblia afirma a deidade de Cristo seria profética. Todas as instâncias subsequentes seriam apenas lembretes. Isso quer dizer que o cessacionista que usa esse argumento nega centenas de porções da Escritura, as relegando a lembretes desnecessários. Por outro lado, eu digo que todas as vezes que a Bíblia repete as suas próprias palavras e ideias estas são inspiradas e proféticas.

O cessacionista faz pelo menos três ataques contra a Escritura nesse único argumento que supostamente defende a Escritura. Primeiro, contrário à própria alegação da Bíblia, ele declara que a Bíblia nunca foi suficiente até a sua conclusão. Segundo, porque a Bíblia de fato se declara suficiente antes da sua conclusão, mas o cessacionista alega que o que quer que esteja além do suficiente é desnecessário, e não está na mesma classe da profecia bíblica, ele declara que todas as porções da Escritura produzidas depois da infância de Timóteo são desnecessárias e não-inspiradas. Terceiro, por ele alegar que a profecia que repete a informação contida nas Escrituras está numa classe diferente ou menor do que a profecia das Escrituras, ou até mesmo que não seja uma profecia de forma alguma, ele declara que todas as porções das Escrituras que repetem as palavras ou ideias que já estavam contidas em porções anteriores das Escrituras são desnecessárias e não-inspiradas. Qualquer uma dessas ofensas, se tornadas claras ao cessacionistas, e se ele se recusa a se arrepender, é uma base suficiente para excomunhão.

[5]

Eu perguntei se você leu as cartas de Primeira e Segunda Timóteo, e parece que você não leu. Mas você sequer leu o versículo que usou? Leiamos novamente: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. Oh, você está em tantos apuros.

Você usa isso para supostamente defender a Escritura, mas qual é o proveito se você se recusa a fazer o que a Escritura diz? Paulo disse que a Escritura é útil para o ensino, não somente para você argumentar que ela é útil para o ensino, mas para você começar a ensinar. Qual é o proveito, se você declara que a Escritura é útil para o ensino, e então dá meia volta e começa a ensinar o ateísmo? Ele disse que é útil para a educação na justiça, não somente para você argumentar que ela pode servir a esse propósito, mas para você começar a se educar na justiça. Qual é o proveito, se você declara que a Escritura é útil para educação na justiça, e então dá meia volta e pratica assassinato e adultério? Você seria como alguém que se olha em um espelho. Você vê o que você gosta, e você vê o que precisa fazer. Mas no momento em que você se vira, você esquece tudo a respeito disso, e continua com as suas próprias ideias e objetivos. Isso acontece de novo e de novo em seus estudos, diálogos, e atividades religiosas. Você pensa que você é espiritual e fiel às Escrituras, apenas porque você está constantemente se engajando com a palavra de Deus, mas você não é um praticante da Palavra de Deus. Você se engana a si mesmo (Tiago 1:22-25).

A Escritura é suficiente para toda boa obra. Quais são essas boas obras? Você sequer se importa? Você não pensou nisso, hum? Para esse versículo colocar um fim na profecia, ele deve excetuar a profecia como uma boa obra. No entanto, a Escritura explicitamente declara a profecia como boa obra. Atos 2 diz que o Espírito de Deus foi derramado, e como um resultado disso, produziu visões, sonhos e profecias em seu povo (v. 16-18). E Pedro disse que esse mesmo dom do Espírito Santo”  o Espírito que produz visões, sonhos, e profecias  permaneceria disponível para as futuras gerações (v. 38-39). Paulo instruiu até mesmo os coríntios instáveis a desejarem os dons espirituais e, em seu contexto, especialmente o dom da profecia (1 Coríntios 14:1). Ele acrescentou: “Portanto, meus irmãos, busquem com dedicação o profetizar e não proíbam o falar em línguas” (1 Coríntios 14:39). A Escritura é suficiente para oferecer uma base para profecia, e é suficiente para que não haja desculpa para evitá-lo ou proibi-la.

[6]

O cessacionista está em muito mais apuros do que isso. O argumento se opõe à profecia com base na suficiência da Escritura, mas profecia não é a única obra que o cessacionista se recusa a realizar. E quanto a curar os enfermos? Eu não estou dizendo sobre orar pelos enfermos, mas sim curá-los. A Bíblia não nos diz para orarmos pelos enfermos e, então, vermos o que acontece. A Bíblia nos diz para curarmos os enfermos pelo poder de Deus, para orarmos por eles de maneira que eles receberão a cura, de maneira que eles não mais estarão enfermos (Tiago 5:15). Por que você se importa com o fato da Escritura ser suficiente para as boas obras, se você se recusa a realizar as boas obras que ela ordena? Você não deveria estar envergonhado pela doutrina da suficiência e embaraçado demais para mencioná-la, ao invés de estar usando-a para minar outras pessoas?

Você se refere a João 14:26, onde é dito que o Espírito nos lembrará do que a Escritura ensina. Agora, deixe o Espírito te lembrar do que Jesus disse em apenas alguns versículos antes disso: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai (João 14:12). Jesus disse que os cristãos farão as mesmas obras e obras maiores que as dele, e eu mostrei em outro lugar que ele se referia a milagres (João 14:11). A Escritura é suficiente para te equipar a fim de realizar essas obras, mas, e se a suficiência da Escritura é somente uma ideia para você, ou apenas uma ferramenta para debates, ou uma desculpa para incredulidade, então qual é o proveito? Homem, ela é desperdiçada em você! E quanto a Mateus 21:21? Jesus disse que se você tiver fé, você pode ordenar que até mesmo uma montanha se mova do caminho. Em vez de discutir sobre isso, por que você não aceita isso e ajuda a libertar alguém de sua opressão? Ela é um desperdício em você! A Bíblia diz, ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças. Por que você não ensina isso a alguém, para que ele possa receber a cura? É suficiente para trazer cura. Mas em você ela é um desperdício!

[7]

Você menciona algo sobre pregar o evangelho com base no que a Escritura ensina sobre isso, mas a Bíblia também te ensina sobre curar os enfermos e profetizar. Mas se você se recusa a obedecer a Bíblia nessas coisas, por que você precisa obedecê-la quando ela diz para você pregar? Para você, a Bíblia é suficiente, mas não autoritativa. Você não é seletivo somente sobre o que você aceita da Bíblia, mas é seletivo sobre como você aplica essa doutrina da suficiência. Você usa a suficiência da Escritura, não como uma base para fé e instrução, mas como força para seu argumento, a fim de defender e justificar a si mesmo. Seu porco desobediente e hipócrita! Por que você o chama de Senhor, mas se recusa a fazer o que ele diz (Lucas 4:46)? A Bíblia chama isso de uma base suficiente para a danação, mas mesmo se nós fingirmos que não, é pelo menos uma base suficiente para excomunhão (Mateus 7:23).

Se a Bíblia é suficiente, então faça o que ela diz. Se a Bíblia é suficiente, então creia no que ela promete. Se a Bíblia é suficiente, então você não deveria precisar que alguém como eu te CHUTASSE a fim de que você creia e obedeça o que ela diz. Se a suposição é que se a Bíblia é suficiente então nós não precisamos mais de profecia, mesmo que a Bíblia ordene a profecia, então isso poderia se aplicar a outras coisas que a Bíblia ordena e, ainda mais, a coisas que a Bíblia não ordena. Pode se aplicar à pregação, ordenação, igrejas e denominações, credos e consílios, e seminários. Você pode dizer que essas coisas me ajudam a seguir a Bíblia, mas se a Bíblia é suficiente, então eu não preciso realmente dessas coisas, preciso? Se a suficiência da Escritura ainda permite que eu recuse o que ela ordena  isso é o que você diz , então quanto mais eu posso recusar o que ela não ordena? Como você pode justificar os seus credos, suas denominações, e seus seminários? Se eu posso ler a Bíblia, e isso é suficiente, por que eu preciso te ouvir pregar? Por que você prega? É porque a Bíblia te diz para pregar a Palavra? A Bíblia te diz para fazer toda uma série de coisas que você se recusa a fazer, que você rejeita mesmo em princípio, então que direito você tem de me dizer alguma coisa?

[8]

Esse é o coração do cessacionismo – incredulidade e provocação. A Bíblia é uma base suficiente para condenar qualquer pessoa cessacionista, refutar qualquer credo cessacionista, dissolver qualquer denominação cessacionista, excomungar qualquer ministro cessacionista, e acabar com qualquer professor cessacionista. Se o cessacionista deseja usar a suficiência da Escritura para tomar uma coisa de mim, então eu usarei a mesma doutrina, do jeito que ele usa, para tomar tudo dele. Se você quer cancelar o que a Bíblia ensina acerca de profecia, então eu cancelarei a sua salvação. Se você quer cancelar o que a Bíblia ensina acerca de cura, então eu cancelarei a sua denominação. Eu posso sozinho destruir todas as suas práticas, todas as suas doutrinas, todos os seus credos, todas as suas igrejas e denominações, todos os seus seminários  tudo. Só restará o cessacionismo  uma doutrina de que Deus não faz nada para ele e que ele não pode fazer nada para Deus. Com nada além da Bíblia, eu tenho autoridade suficiente para demandar o arrependimento de qualquer pessoa ou grupo, e se este se recusar, posso demandar sua expulsão ou dissolução. Eu não tenho nenhum poder para coagir, mas a Bíblia é suficiente, e assim, quando eu promover um caso bíblico, será um caso com peso suficiente, de forma que será a Palavra de Deus sobre ele, e ela os contará como responsáveis quando eles desobedecerem o que eu disser a partir da Bíblia. Isso é o quanto eu creio na suficiência da Escritura.

Se você defende uma Escritura que você se recusa a obedecer, então a Escritura é só um monumento, uma decoração. É um símbolo, um slogan, não a Palavra de Deus. Assim como o cessacionista se voltou contra a Escritura, a Escritura se voltou contra o cessacionista. A suficiência da Escritura não é um refúgio para o apóstata, mas é um lembrete de seu ódio por Deus. O argumento cessacionista baseado na suficiência da Escritura contra-explode nele, porque revela o fato de que ele é seletivo sobre o que aceita da Bíblia, e que ele desenvolve sua mente quanto ao que crerá e realizará a parte da Escritura. O cessacionista conspira com Satanás e tenta opor a Escritura contra a Escritura, e contra o próprio Deus. Os fariseus alegavam reverenciar a Escritura, mas quando a Palavra de Deus veio até eles como uma pessoa, os testou e os expôs, eles a mataram em nome da Escritura. Qual é o proveito de você alegar que irá por todo do mundo pregando o evangelho com base na ordenança bíblica, quando na verdade você tornará as pessoas duas vezes mais filhas do inferno do que você?! Precisamente porque a Escritura é suficiente, eu defenderei o que ela ensina e promete. Eu conspirarei com a Escritura contra o cessacionista.

Nós afirmamos novamente que nós cremos na suficiência das Escrituras. A Bíblia é suficiente para definir e ensinar na doutrina, na correção, no conselho, no treinamento, e nos equipar para toda boa obra. Logo, em princípio, não é necessário para Deus ensinar uma doutrina a qualquer pessoa, ou prover qualquer direção por meio do que nós chamamos de revelação sobrenatural. Se uma pessoa tem perfeito conhecimento da Escritura e perfeita obediência à Escritura, então, em princípio, a vida dessa pessoa agradaria a Deus, e ele nunca cometeria pecado. Nós concordamos que ninguém possui conhecimento perfeito ou obediência perfeita, mas o ponto é que a Escritura é suficiente, de modo que não há desculpa para ignorância ou desobediência. É possível para uma pessoa passar toda a sua vida tomando as suas decisões com base na Bíblia apenas. Ela poderia nunca receber uma profecia e ainda tomar as decisões corretas. Nesse sentido, a Bíblia é suficiente e outras coisas são desnecessárias, mas o fato dessas coisas serem desnecessárias não significa que elas estão erradas ou que elas cessaram.

Para usar outra ilustração, em princípio, é possível que uma pessoa nunca fique doente. Um dia, quando ela estiver muito velha, ela adormecerá e o seu espírito retornará a Deus. Para ela, a cura será desnecessária, mas isso não nos diz nada sobre a cura estar disponível, ou sobre ser correta ou errada. Muitas pessoas nunca receberam uma profecia, mas muitas pessoas também nunca aceitaram a Escritura pela qual elas alegaram viver e defender. Quando Deus nos revela mais do que é suficiente por causa de sua graça, então eles opõem sua graça contra sua graça, e usam isso para suprimir o seu poder. Esse é o condenável legado demoníaco do cessacionismo.


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Extraído de:
http://www.vincentcheung.com/2017/02/02/scripture-sufficient-against-cessationism/